Esse artigo não é uma matéria jornalística, uma análise política, uma leitura de cenário, uma propaganda política ou um tipo de ciência academicista, mas um simples relato de um jornalista que deseja ajudar aos seus compatriotas sem os vícios que impedem uma pessoa a falar o que vê.

Na aula de número 347 do Curso Online de Filosofia, o Prof. Olavo de Carvalho ensinou que toda crise se forma na linguagem e se manifesta por meio dela. A linguagem é o único meio de ação que os seres humanos têm de fato, pois, o coeficiente da ação física é mínimo perto do poder que a linguagem exerce. E como a palavra é uma ação, e a ação humana é substancialmente “o falar”, nada destrona mais o homem de seu poder do que “não poder falar”. Dessa impossibilidade de comunicação entre os vários grupos, quando um não entende o outro ou o inventa à sua imagem e semelhança, distorce o que o outro disse etc., surge o símbolo da torre de babel: a opulência do desenvolvimento técnico, dos benefícios pecuniários, mas ao mesmo tempo, a destruição da ação humana por excelência, o falar com um outro. De que adianta saber até a língua dos anjos, se isso não servirá para relacionar-se com um outro?

Os homens não deixam de falar, mas quem fala o que vê? Nessa referida aula, o Professor Olavo, usando-se do excelente livro de Eugen Rosenstock-Huessy, “O poder da linguagem”, elenca quatro camadas da linguagem entre os homens.

1. A linguagem da mídia: composta de chavões e frases feitas, sem qualquer preocupação com o uso da linguagem e sempre preocupada em manter os meios de ação que dispõe, ou seja, tudo não passa de uma ferramenta para pagar as contas e obter benefício financeiro;

2. A linguagem das ciências: criada para a experiência pragmática em áreas muito limitadas da experiência humana, não servindo senão para objetivos pontuais, nunca para preocupar-se com o outro de fato;

3. A linguagem da propaganda comercial e política: destinada a induzir comportamentos e não a comunicar o que quer que seja;

E por último:

4. A linguagem da tradição literária: que sempre se conserva viva na produção constante de novas obras à altura da qualidade das consagradas pela tradição que a precede.

Dessas quatro linguagens, a única que realmente se preocupa em transmitir a realidade e que luta contra os clichês é a da LITERATURA, pois tem algo a ver com a experiência real e concreta.

O jornal não serve senão para manter a sua identidade de produto, transforma em palavras, usando o fato real-concreto, para tão somente manter o seu produto. É um recorte limitadíssimo que não possui uma abertura para a experiência real e concreta dos seres humanos.

Chavões, linguagens comuns e frases feitas é o que resta da “literatura” atual, cujo efeito psicológico baseado na repetição e no automatismo, é inversamente proporcional à experiência real que transmitem, ou seja, o círculo de experiência real ali contido é mínimo, concluiu Olavo.

Embora não tenha as capacidades próprias de um escritor, não quero outra régua para as minhas palavras senão as da literatura. Não quero induzir comportamentos, não quero descrever um aspecto limitado da realidade prática e técnica da vida e não quero vender um produto.

E o que vejo? Um bandido solto após auxiliar as FARC, o MST e todo tipo de cretino da pior espécie na elite política brasileira. Um comunista solto e fingindo estar em uma democracia teatralizada por um juiz de mesma estirpe que cinicamente “aconselha” todos os eleitores a voltarem para casa após o resultado que ele proclamará, jurando não saber o que o aguarda, embora esteja sendo o mediador entre uma disputa eleitoral entre um homem que fora esfaqueado há quatro anos e um criminoso que se alegrou com a facada. Se fosse em um hospício, nada disso chocaria os pacientes, mas é o que testemunham mais de 200 milhões de brasileiros.

Como o juiz cretino já invadiu casas, ordenou extradições, prendeu e destruiu financeiramente dezenas de pessoas inocentes, poucos ousam chamá-lo pelo nome ou tentam sobreviver, mesmo que isso seja a morte da liberdade que desejam, a liberdade de dizer o que uma coisa é. Morta a liberdade, a auto-castração mental faz com que algum culpado apareça, pois os efeitos provenientes da decisão do Contador de Votos são evidentes e de impossível ocultação.

Além dos culpados fictícios (o povo nordestino, os eternos 20% de abstenções e a natural ausência de hegemonia entre os anti-comunistas), surge igualmente a responsabilidade dos militares diante desse teatro “democrático” infernal. Duvido que essa responsabilidade seja clara para os que possuem mais de uma estrela no ombro. Para os generais que lá estão só por causa do teatro, a prestação de continência será apenas mais um ato antes do apagar das luzes. São não apenas covardes, mas medíocres, literalmente. São tão medíocres que se um deles acabar por ler que os vejo como medíocres, não saberão o significado do termo e lerão o que está na cabeça esnobe de quem se sente “acima dos conflitos políticos”.

Não vejo apenas o frio do vento forte arrancando as folhas indicando um outono sem o azul do céu e o verde fulgente. Não espero apenas o duro inverno e as adversidades de viver sob as nuvens que ocultarão o calor do sol. Sei que tudo isso irá passar e uma nova primavera poderá ocorrer. O que não me permite ser imprudente e me preparar para o que está por vir. Não tenho qualquer intenção de fazer com que minhas decisões e palavras induzam comportamentos em quem quer que seja. Minhas palavras não são uma propaganda, uma campanha política, uma análise acadêmica. São apenas a tentativa honesta de transmitir o que vejo por meio de palavras, mesmo estando tão distante da estatura de um escritor, que certamente poderia descrever melhor e mais eficazmente o que tento aqui. Minhas palavras são imperfeitas, mas o que vejo não está sendo visto apenas por mim. O comunismo conquistou um importante passo para a destruição de nossa nação. Isso exige que todos os seus adversários tornem-se muito mais eficazes, sem a certeza de um carguinho, visualizações e outras benesses que por um tempo tiveram acesso. É tempo de amadurecer.